20 março 2007

A violência comum



Dias atrás dois jovens médicos cearenses foram assassinados por um oficial da Polícia Militar do Ceará.
Motivo: um deles vertia água próximo ao carro do policial - e bala! O outro reagiu à cena - e bala!
Nas entrelinhas, houve a incitação por parte da companheira do policial.

A vida segue sendo tirada de muitos brasileiros país afora, adentro e bem ali, em Iguatu.

Ainda sob a sombra da cruel morte do "Menino do Rio", ouvimos, assistimos e lemos a mídia pormenorizar assassinatos e a própria violência, e isso não apenas nos programas que tratam a violência como tema principal. No horário nobre, no Jornal Nacional, lá está a violência estampada e divulgada e enojada.

A exposição contínua só desperta o senso de que a violência é "normal", "acontece". A mídia tem atuado contra a busca por meios eficazes que possam clarear os horizontes e definir um rumo para as vítimas e os executores da violência. Estamos na banalização e na discussão de temas menores como a redução da maioridade penal.

Na contramão do bom senso, parte influente da mídia considera corajosas e dignas de elogios as declarações do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Em entrevista, o governador fluminense disse claramente ser a favor da redução da maioridade penal, da legalização do aborto, da legalização das drogas.
Governador do (provavelmente) mais complicado estado do Brasil, Cabral dá vários tiros no pé, enquanto mais de 700 pessoas já foram assassinadas (veja: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u133039.shtml) no Rio de Janeiro só este ano.

Desconsiderando a questão moral, tudo se perde. E nenhuma atitude será eficiente no combate à violência. Muitos dos que se indignam e se chocam com os atos dantescos dos vilões sociais são os mesmos que adulteram, vivem promiscuamente, mentem para se dar bem e, até mesmo, furam a fila para pagar as contas. A crise moral está por todo o tecido social, contaminando cada gesto oculto e tornando incapazes de julgar adequadamente os que se inflamam quando as balas matam.

Estamos sitiados: a mídia desinforma, aterroriza, vulgariza o mal; o estado tem idéias amorais; os vilões cospem fogo; balas perdidas matam qualquer um; o mundo jaz no maligno.
Que papel tem a igreja cristã neste cenário conturbado, onde a própria polícia, que deveria ser guardiã, possui em seus quadros tantos vilões?

Que o bom Deus olhe para nós.

Até sempre...

Leo.


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