“...deu à luz Raquel um filho, cujo nascimento lhe foi a ela muito penoso. Em meio às dores do parto, disse-lhe a parteira: Não temas, pois ainda terás este filho. Ao sair-lhe a alma (porque morreu), deu-lhe o nome de Benoni; mas seu pai (Jacó) lhe chamou de Benjamim”
(Gn. 35:16-18)
Ao lermos esta passagem, ficamos questionando: Por que Jacó mudou o nome de seu último filho? Uma vez que foi desejo de sua amada Raquel colocar no último suspiro da sua vida o nome do filho? Como não levar em conta o último berro de sua ovelha querida?
O que parece falta de sensibilidade, ou até mesmo puro autoritarismo, esconde a verdadeira razão da troca do nome do filho mais novo. Senão, vejamos, as pessoas na época de Jacó tinham o costume de colocar o nome dos filhos de acordo com um sentido relevante; por exemplo, o nome do irmão gêmeo de Jacó era Esaú, que quer dizer cabeludo, pois havia nascido peludo. Quando Jacó soube do nome que sua querida Raquel tinha dado ao filho, de imediato pensou no trauma que poderia ser este nome para seu filho. Trauma? Por quê?
Jacó passou durante toda sua vida sofrendo com o seu próprio nome. "Jacó", no hebraico, significa "suplantador", "enganador". Ele deve ter se recordado dos acontecimentos que o marcaram por causa do seu nome, observe a lista de acontecimentos:
a) Ao nascer, saiu segurando o calcanhar do irmão, daí deram-lhe o nome de Jacó. (Gn.25:26)
b) Aproveitou-se da fraqueza do irmão para lhe comprar a primogenitura. (Gn.25:27-34)
c) Ajudado pela mãe, enganou seu pai, fazendo-se passar por Esaú para obter a benção. (Gn.27:1-34)
d) Roubou a benção que era do irmão. (Gn.27:35)
e) Seu irmão disse que fazia sentido lhe chamarem de ‘enganador’. (Jacó) (Gn.27:36)
f) Seu irmão passou a odiá-lo, e queria matá-lo. (Gn.27:41)
g) Teve que sair de casa. (Gn.27:42-43)
h) Jacó ficou longos anos ausente da mãe. (Gn.27:42-45)
i) Seu tio, Labão, o enganou, fazendo-o casar com Lia primeiramente. (Gn.29:18-30) (talvez, Labão, por ser astuto, não se permitiu ser enganado primeiro)
j) Labão o enganou de novo, mudando dez vezes o seu salário. (Gn.31:7)
k) Jacó tentou fugir escondido, por medo da reação de Labão. (Gn.31:17-31)
l) Foi enganado por Raquel. (Gn.31:32)
m) Teve medo da reação de Esaú, no encontro de reconciliação. (Gn.32:7)
n) Seus filhos enganaram os siquenitas, os filhos do enganador enganaram outros.
Ufá! Que nome pesado de se carregar, com esse nome pesando durante a vida qualquer um teria lutado com o anjo de Deus para ter a mudança do nome.
Jacó compreendia que seu nome estava fazendo uma tremenda diferença negativa; então, resolveu mudar seu nome no cartório celestial. Assim, Jacó conseguiu mudar seu nome para Israel (‘aquele que luta com Deus’, ‘que governa com Deus’) e foi abençoado (Gn.32:22-28 / 35:10), apesar de ter saído claudicante.
Por ter essa compreensão Jacó não queria que seu filho caçula sofresse tanto ou mais do que ele sofreu, pois de sofrimento para o filho bastaria a ausência da mãe. Um simples nome pode fazer uma pessoa sofrer? Certamente! Porém, o nome Benoni não é um simples nome; "Benoni", em hebraico quer dizer “filho da minha dor”, “filho da tribulação”. Raquel escolheu tal nome devido ao grande sofrimento pelo qual passou para tê-lo.
Você já pensou se Jacó não tivesse mudado o nome de seu filho? Imagine o trauma que teria a criança com um nome como este; quando alguém o chamasse, isso iria lembrá-lo que sua mãe havia morrido por sua causa. Ou então, quando Jacó fosse chamá-lo: “Venha cá, filho da minha dor, filho da tribulação”; como seria terrível.
Isso me faz lembra de uma colega de trabalho chamada Piedade, os alunos sempre brincaram com ela; cantando em coro: “Piedaaaade de nós, tem de piedaaaade de nós”. Nos últimos anos, ela me falou que queria mudar seu nome para Roberta, coisa que não é tão fácil pela lei do Brasil. Assim, são muitas pessoas, até mesma cristãs, cujo nome abalou a estrutura emocional e as traumatizaram.
Portanto, Jacó usou de bom senso ao mudar o nome de seu filho para Benjamim.
"Benjamim" quer dizer "filho da mão direita", "filho predileto", "filho da felicidade". Com um nome bem escolhido pelo pai, o garoto que se sentiu amado e querido, tornou-se em um rapaz forte e destemido, sem nenhum trauma, mesmo tendo o cuidado de todos. Jacó, simplesmente, teve o cuidado de escolher um bom nome.
Os pais devem ter muito cuidado e zelo ao colocar um nome em seus filhos, pois tais nomes pedem tornar uma tormenta para o resto da vida. Talvez, você que está lendo este artigo seja uma pessoa que viveu ou vive atormentada com o seu nome; mas não se preocupe, nós, cristãos receberemos um nome excelente vindo de Deus Pai.
Dou agora algumas sugestões que podem ser úteis para evitar danos aos filhos.
1) Evitem estrangeirismo sem sentido.
2) Evitem nomes que possam causar duplo sentido, nunca são bons;
3) Evitem nome que possa virar motivo de riso; às vezes até nome comum, dependendo da cultura, exemplo: José (Zezim), Francisco (Chiquim), etc.
4) Evitem, principalmente, os nomes que você não sabe o significado. Por exemplo, o nome Adriana que quer dizer ‘deusa das trevas’, ‘pessoa escura’; Cláudio, é 'aleijado', 'coxo', 'manco'; Cecília, é 'cega', ceguinha etc.
5) Nomes mitológicos, também desaconselho.
Que Deus oriente nossas escolhas. Amém!
A Bíblia é linda. Leia e a entenda.
PS: Não concordo com mudanças de nome das pessoas por qualquer motivo, ou vaidade, ou porque recebeu revelação, ou por ter consultado horóscopo astrologia, etc. Como acontece no meio artístico. Isso não é de Deus.
João Rocha
Nenhum comentário:
Postar um comentário