27 fevereiro 2007

A Religião do Bem-Estar


Outro dia participei de um workshop sobre a indústria do bem-estar.
Direcionada, em princípio, a uma qualidade nutricional que assegure aos gordinhos e gordinhas a perda eficaz de peso, além de uma fonte satisfatória dos nutrientes essenciais para o ser humano, a indústria do bem-estar fatura horrores - assombrosos 100 bilhões de dólares no ano passado!
Em geral, as empresas deste ramo atuam com marketing pessoal de seus clientes. Quer dizer: aquele que adquire os produtos é direcionado (treinado, amestrado a saber como abordar pessoas em potencial e como reagir no caso de rejeição) a se tornar também um distribuidor (ou, se desejar, a ser um supervisor do negócio). Os elos vão se juntando e, em poucas semanas, cada cliente pode ter o retorno de seu investimento (tirando o que retorna para empresa e, proporcionalmente, para todos os outros).
Mas não pára aí: foram apresentados durante o workshop vários extratos bancários em que clientes já administravam cifras acima de 20 mil reais por mês. Fascinante!

Então, as palestras foram desnudando a outra face da indústria do bem-estar: o sucesso.

Entenda-se sucesso como ficar rico. O quanto possível for. Ouvi umas 10 pessoas que já ganhavam fábulas de dinheiro, mas estavam insatisfeitas. Ansiavam por mais. E mais.
A platéia, constituída por jovens e idosos, profissionais liberais, autônomos, desempregados, graduados etc, ouvia embevecida cada palestrante contar sua história de sucesso, graças aos produtos que vendeu. O frisson a cada palestrante anunciado era intenso e sem timidez. Muitos até colhiam rubricas e as exibiam qual um troféu. Ali, no palco, cada palestrante era um ícone, um estágio a ser alcançado, superado - antes disso, todo a admiração deveria ser dispensada.
As palestras, embora temáticas, se convergiam em um tema comum: "você pode direcionar seu sucesso", e "você pode determinar seu futuro", e, ainda, "nossos produtos vão mudar toda a sua vida".

Perto do final do workshop, sem muita dificuldade a semelhança a um tipo não-místico de religião era nítida: a maneira de se entregar cegamente em defesa dos produtos e da empresa e do seu fundador. Cegueira não violenta, diga-se, mas convicta e determinada. O sucesso era um destino só desviado por fracos. Os apelos buscavam tocar as emoções e os desejos. Intimavam a que cada um realmente tivesse a certeza de que havia se encontrado na mensagem passada. E que se determinasse a achar um modo para conseguir o investimento inicial (variando entre 210 e 40 mil reais) e cresse que iria recuperar esse investimento e ganharia mais e mais. Ah, sim, emagreceria, também.
Os produtos funcionam, não tive dúvidas. Contudo, fiquei chocado vendo as pessoas se venderem tão fácil para terem tão pouco. E ainda serem insatisfeitas. Magras em massa corpórea, ricas de papel-moeda, gordas de avareza (que é idolatria), pobres de conforto.
Ali estavam apenas alguns; soube que são muitos e o crescimento é quase exponencial...
Pessoas que se iniciam como devotas do corpo, donas dos seus narizes e anelam poder comprar o que as olhos desejarem. Citaram o nome "Deus". Qualquer coisa que soasse conveniente. Sem vida, porém. Eles são seus deuses. O próprio ventre.

Voltei para casa, sentindo o vento passear pela fronte. Atrás dele, quase todas as pessoas que vi naquele workshop.

Até sempre...

Leo

20 fevereiro 2007

Boa Nova de Brasília


Sou particularmente contrário à candidatura de evangélicos. Se nossos irmãos que se lançam a pleitear os votos não fizessem tanta questão de se identificar com "igreja tal" ou "ministério tal", talvez eu até votasse...
Mas, não é o que acontesse. Os evangélicos somos uma fatia considerável da população (mais de 18%) e isso seduz. Muitos têm feito verdadeiros palanques dos púlpitos Brasil afora, e até mesmo fazendo de Deus um cabo eleitoral. Trata-se de mais um aspecto triste da perda de identidade que o cristianismo vem enfrentando nesse mundo pós-moderno.
Mas (de novo!) nem tudo são espinhos: uma notícia fresquinha fez sorrir meus olhos e quero compartilhar com cada um.
Eis a matéria do sítio do jornal Correio Brasiliense:


Bancada evangélica se rearticula após encolher pela metade

(Lúcio Vaz Do Correio Braziliense)

20/02/2007 (08h40)

A bancada evangélica na Câmara ficou reduzida a pouco mais da metade em conseqüência do envolvimento de seus integrantes com a máfia dos sanguessugas. Com 62 deputados na legislatura passada, a bancada conta agora com apenas 37 integrantes. A CPI dos Sanguessugas apontou 69 deputados de envolvimento com a quadrilha das ambulâncias. Vinte e quatro eram evangélicos. Nenhum deles conseguiu a reeleição. Alguns nem tentaram. Entre os acusados, 14 eram membros da Igreja Universal. A atual bancada evangélica tem a predominância da Assembléia de Deus, com 12 integrantes. Três deles trocaram de partido após a eleição e ingressaram no PAN. A Universal ficou reduzida a cinco representantes. Na legislatura anterior, havia 18 deputados da Universal e 20 da Assembléia de Deus.

O envolvimento com os sanguessugas dizimou a cúpula da Frente Parlamentar Evangélica. O presidente, Adelor Vieira (PMDB-SC), e três vice-presidentes, João Batista (PFL-SP), Wanderval Santos (PL-SP) e Almir Moura (PL-RJ), incluídos na lista da CPI, não foram reeleitos. Mesmo quem não foi citado acabou sofrendo desgaste eleitoral. Em alguns estados, adversários locais difundiram a idéia de que todos os evangélicos teriam colaborado com a máfia das ambulâncias. Os vice-presidentes Pastor Pedro Ribeiro (PMDB-CE) e Pastor Reinaldo (PTB-RS) ficaram como suplentes de deputado em seus estados.

Depois dos problemas enfretados na última legislatura, pelo menos três presidentes nacionais de igrejas evangélicas, Bispo Rodovalho (PFL-DF), da Sara Nossa Terra; Bispo Manoel Ferreira (PTB-RJ), da Assembléia de Deus; e Mário de Oliveira (PSC-MG), o Evangelho Quadrangular, foram para a disputa eleitoral e se elegeram deputados. Um deles deverá assumir a presidência da frente parlamentar.

Nova direção
Adelor foi apontado pelo empresário Luiz Antônio Vedoin como colaborador do grupo Planam. O empresário disse que pagou propina de R$ 40 mil ao parlamentar. Uma parcela de R$ 26 mil teria sido entregue pessoalmente por Vedoin ao parlamentar na Câmara. Mais R$ 14 mil teriam sido pagos a uma gráfica de Joinville (SC) indicada pelo deputado, no final de 2005. Adelor apresentou uma emenda em 2004, no valor de R$ 560 mil, destinada a uma entidade assistencial de Joinville denominada Sociedade de Assistência Social Deus Proverá. A comissão teria sido paga em conseqüência da apresentação dessa emenda.

Em entrevista ao Correio, Adelor negou que tenha colaborado com o grupo Planam e afirmou que os evangélicos estariam sendo perseguidos. “Nunca tive contato com eles. Querem pregar essa pecha de que os evangélicos seriam uma quadrilha. Isso é grave. Há alguma coisa por trás disso”, desabafou. Antes dele, o grupo foi liderado pelo deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ), que renunciou ao mandato quando foi envolvido no escândalo do mensalão. Em maio do ano passado, Rodrigues foi preso por envolvimento com a máfia das ambulâncias.

Com a queda da sua cúpula, quem responde atualmente pela frente parlamentar é o quarto-secretário, deputado Lincoln Portela (PR-MG). Ele reconhece que a redução da bancada foi motivada pelo escândalo dos sanguessugas: “O fato determinante foi o envolvimento de muitos evangélicos com os sanguessugas. Os evangélicos não se sentiram confortáveis para eleger esses deputados como na eleição passada. Os grupos evangélicos, hoje, não votam só porque o candidato é evangélico. Essa história de ‘irmão vota em irmão’ não existe mais. E tinha muito disso há tempos atrás”. Ele acrescentou que todos acabaram pagando pelos culpados: “Alguns dos citados eram inocentes, mas nem disputaram a eleição”.

Sem vínculo
Mesmo sem ter qualquer envolvimento com a máfia das ambulâncias, Portela disse que não pretende mais manter um vínculo com a frente parlamentar: “O deputado tem que ser deputado para a nação toda. Alguns estão preferindo trabalhar mais pelo mandato”. Ele afirma que deverá ser eleito um novo presidente da frente nas próximas semanas. Aposta em dois nomes: Walter Pinheiro (PT-BA) e Bispo Rodovalho (PFL-DF): “São dois nomes de muito conceito na Casa”, argumenta.

Questionado sobre essa possibilidade de presidir a frente, o recém-eleito Rodovalho responde como um político experiente: “Estou querendo servir, querendo ajudar”. Mas citou outros “grandes nomes”, como Manoel Ferreira, João Campos (PSDB-GO) e Pastor Takayama (PMDB-PR). Rodovalho também aponta o motivo da redução da bancada: “Sem dúvida foi toda aquela situação que envolveu a Operação Sanguessuga, com a denúncia de alguns líderes. Aquilo machucou muito e levou a igreja a se tornar mais exigente na questão do voto, e houve uma redução”. Segundo Rodovalho, os envolvidos foram punidos de acordo com o código de ética de cada igreja.

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Link:
http://noticias.correioweb.com.br/materias.php?id=2699341&sub=Pol%c3%adtica

Feliz cada novo dia...

leo

19 fevereiro 2007

Biblioteca Virtual da Pibif

"Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar."

(O Livro e a América, de Castro Alves)

Com esse trecho do belíssimo poema do baiano Castro Alves, comunico aos blogueiros de plantão, membros pibifianos, que a Biblioteca Virtual da Pibif saiu do papel e caiu na rede.
O desejo é que caia na graça de todos quantos quiserem pautar a vida aqui com um pouco mais de conhecimento, e que esse conhecimento se extenda a novas atitudes e modos de pensar que estejam em sintonia com a Santa Palavra de Deus.

Para maiores informações conecte-se com o diácono João Rocha.
Dessa vez, a sua opinião irá parar aqui!

Até sempre!

Leo

14 fevereiro 2007

Menino do Rio













"Menino do Rio
Dor que silencia todo riso
Corpo preso e arrastado pelo asfalto
Pedaços de si nas ruas espalhados
Coração materno não se conteve
Adoeceu por não mais poder ver-te...

Menino sutil
A indignação vestiu o Rio
Das lágrimas dos seus por perderem-te...

Não estás mais aqui
Nem se saberá o que sonhares
Mas em tantos lugares
Muitos desejam desejar teu último desejo...

Menino, secou para ti o Rio
A dor silenciou todo riso
Toma esta canção como um último desejo..."

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Uma paráfrase à antiga canção de Caetano Veloso, em memória ao menino do Rio, João Hélio.
Há muitas questões à sombra da mera discussão pela redução da maioridade penal. Embora, em um tempo mais oportuno, se deva refletir sobre ela, o momento nos remete à busca por compreender onde este homem moderno está se metendo, quando decidiu excluir Deus de suas prioridades.
É valioso ler o editorial do jornal OPOVO de ontem.
Aqui está o link: http://www.opovo.com.br/opovo/opiniao/670352.html

Até sempre...

Leo

02 fevereiro 2007

Por Trás dos Nomes

E ”Toda a multidão, porém, gritava: Fora com este (Jesus)! Solta-nos Barrabás!” (Lucas 23:18) Os parênteses são meus.
Israel, mais uma vez, estava diante de uma grande escolha, era a grande decisão. À frente do povo estava uma comissão de sacerdotes e autoridades.
Esta situação lembra-nos a passagem de Deuteronômio 30:15, na qual Moisés propõe ao povo escolher entre a vida e a morte, o bem e o mal, e suas conseqüências. Porém, agora, a chance de oferecer a escolha ao povo é de Pilatos; ele propõe duas opções: vida ou morte, a vida está com Jesus e a morte com Barrabás, pois este era ladrão e assassino.
E você sabe qual foi a escolha do povo?
Claro que sabe? Basta ler o versículo acima...
Pois é, o povo pediu o filho do pai para ficar livre e não morrer na cruz.
Como pode?!? Você talvez se pergunte, já que escolheram a Barrabás. Calma. A resposta é muito simples, o nome de Barrabás é de origem aramaica e significa filho do pai.
Todavia, o povo de Israel rejeitou a salvação do Senhor, que é Jesus, o verdadeiro Filho do Pai. O nome Jesus é equivalente grego do nome hebraico Josué, e significa “Javé é Salvação”.
E Pilatos? Onde fica nessa história?
Pilatos estava com sua “lança” apontada para Barrabás, na certeza de que o povo escolheria Jesus para ser liberto; pensava, também, em chicotear a Jesus para aplacar a ira dos sacerdotes e autoridades. Mas estes queriam a morte de Jesus. Quando o povo gritou: “À cruz com Jesus”, a “lança” na mão de Pilatos começou a vacilar, e ele estava suando frio...
E agora, Pilatos, o que fazer? –ele pode ter pensado. Então, como não conseguia mais segurar a “lança”, pediu água, lavou e enxugou as mãos. Depois olhou para Jesus, um alvo imóvel. Firmou a “lança” na mão e “jogou-a” contra o corpo de Jesus.
Pilatos era o único, naquele momento, que estava armado com “lança da decisão”, como seu nome já diz: o nome Pilatos é um nome em latim que significa armado de lança.

Ir. João Rocha