
Partiu ontem o satélite Corot, fruto de um projeto comandado pela agência espacial francesa (a CNES), contando com a colaboração de outros países europeus e a do nosso Brasil (único país não europeu participando dessa empreitada).
O custo gira em torno de 100 milhões de dólares e a ambição se concentra em achar indícios de possíveis planetas, em que a vida possa brotar.
"O Corot localiza planetas através da medição de luminosidade. Ele observa uma estrela a partir de um determinado ponto e, quando um planeta, durante seu movimento de translação, passa entre a estrela e o satélite, a luminosidade da estrela se altera, e o Corot mede essa alteração. É algo semelhante a um eclipse lunar.
Caso a estrela, em cuja órbita esses planetas estão, seja tão quente quanto o sol, eles são inabitáveis para seres humanos porque a temperatura neles também seria muito elevada. Mas existem também as assim chamadas estrelas M, que não são tão quentes. Planetas que orbitam em torno dessas estrelas também são menos quentes e neles, no que depender da temperatura, poderia haver vida.
Caso o Corot encontre tais planetas, seria uma grande sensação. No entanto, o Corot não pode identificar se há vida ou mesmo se a vida seria possível nos planetas. Se quisermos saber isso, teremos que examinar a atmosfera e moléculas como água, ozônio e oxigênio." (Cientista Heike Rauer, que coordena a participação alemã na missão espacial).
Agora, se concentre e tente identificar o que as possíveis descobertas obtidas pelas lentes do Corot poderão impactar (ou acrescentar) a sua vida ou na vida daquela criança carente que entrou no ônibus que você costuma pegar. Ou na vida das vítimas dos atentados cariocas de ontem à noite - pessoas que tiveram seu direito de ir e vir violentado porque o Estado brasileiro resolveu gastar Dois Milhões de dólares para descobrir se um brasileiro poderia brotar em outro planeta além da Terra...
Embora tamanho contraste, foi por esse homem inutilmente pensante e pensado que o bom Deus também quis morrer.
Até sempre...
leo.
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