28 dezembro 2006

Satélite europeu Corot parte em busca de uma segunda Terra



Partiu ontem o satélite Corot, fruto de um projeto comandado pela agência espacial francesa (a CNES), contando com a colaboração de outros países europeus e a do nosso Brasil (único país não europeu participando dessa empreitada).
O custo gira em torno de 100 milhões de dólares e a ambição se concentra em achar indícios de possíveis planetas, em que a vida possa brotar.

"O Corot localiza planetas através da medição de luminosidade. Ele observa uma estrela a partir de um determinado ponto e, quando um planeta, durante seu movimento de translação, passa entre a estrela e o satélite, a luminosidade da estrela se altera, e o Corot mede essa alteração. É algo semelhante a um eclipse lunar.
Caso a estrela, em cuja órbita esses planetas estão, seja tão quente quanto o sol, eles são inabitáveis para seres humanos porque a temperatura neles também seria muito elevada. Mas existem também as assim chamadas estrelas M, que não são tão quentes. Planetas que orbitam em torno dessas estrelas também são menos quentes e neles, no que depender da temperatura, poderia haver vida.
Caso o Corot encontre tais planetas, seria uma grande sensação. No entanto, o Corot não pode identificar se há vida ou mesmo se a vida seria possível nos planetas. Se quisermos saber isso, teremos que examinar a atmosfera e moléculas como água, ozônio e oxigênio." (Cientista Heike Rauer, que coordena a participação alemã na missão espacial).

Agora, se concentre e tente identificar o que as possíveis descobertas obtidas pelas lentes do Corot poderão impactar (ou acrescentar) a sua vida ou na vida daquela criança carente que entrou no ônibus que você costuma pegar. Ou na vida das vítimas dos atentados cariocas de ontem à noite - pessoas que tiveram seu direito de ir e vir violentado porque o Estado brasileiro resolveu gastar Dois Milhões de dólares para descobrir se um brasileiro poderia brotar em outro planeta além da Terra...

Embora tamanho contraste, foi por esse homem inutilmente pensante e pensado que o bom Deus também quis morrer.

Até sempre...

leo.

26 dezembro 2006

Retendo o que é bom


Eu tenho firmes restrições à doutrina e à tradição defendidas pelo Catolicismo Romano. Contudo, eu não vou me fechar àquilo que entendo ser proveitoso, como o foi o pronunciamento do Papa Bento 16, no começo desta semana.
O texto a seguir está no sítio da CNBB (www.cnbb.org.br).
Vale uma reflexão.


MENSAGEM DE NATAL do papa Bento XVI
terça: 26 de dezembro de 2006


(Esta mensagem foi proferida ao meio-dia da segunda-feira, 25 de dezembro, do balcão da fachada da basílica de São Pedro, no Vaticano, a dezenas de milhares de peregrinos.)

«Salvator noster natus est in mundo» (Missal Romano)

«Hoje nasceu o nosso Salvador»! Esta noite, uma vez mais, escutámos em nossas Igrejas este anúncio que, apesar do transcurso dos séculos, mantém inalterado o seu fulgor. É anúncio celestial que convida a não temer porque se manifestou «uma grande alegria que será para todo o povo» (Lc 2,10). É anúncio de esperança porque dá a conhecer que, naquela noite de mais de dois mil anos, «na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Cristo Senhor» (Lc 2,11). Então, aos pastores acampados sobre as colinas de Belém e, hoje a nós, habitantes de todo este nosso mundo, o Anjo do Natal repete: "Nasceu-vos hoje o Salvador; nasceu para vós! Vinde, vinde para adorá-lo!".

Mas, tem ainda algum valor e significado um "Salvador" para o homem do terceiro milênio? Será ainda necessário um "Salvador" para o homem que alcançou a Lua e Marte, e se dispõe a conquistar o universo; para o homem que investiga indefinidamente os segredos da natureza e chega até decifrar os códigos maravilhosos do genoma humano? Necessita de um Salvador o homem que inventou a comunicação interativa, que navega no oceano virtual da Internet e, graças às mais modernas tecnologias dos meios de comunicação, já fez da Terra, esta grande casa comum, uma pequena aldeia global? Apresenta-se confiante e auto-suficiente artífice do próprio destino, fabricante entusiasta de indiscutíveis sucessos este homem do vigésimo primeiro século.

Parece, mas não é assim. Nesta época de abundância e de consumo desenfreado, ainda se morre de fome e de sede, de doença e de pobreza. Ainda existe quem é servo, explorado e ofendido na sua dignidade; quem é vítima do ódio racial e religioso, e é impedido, por intolerâncias e discriminações, por intromissões políticas e coerções físicas e morais, de professar livremente a própria fé. Há quem vê o próprio corpo e dos seus seres queridos, especialmente crianças, destroçado pelo uso das armas, pelo terrorismo e por todo o tipo de violência numa época em que se invoca e proclama o progresso, a solidariedade e a paz para todos. Ou mais, que dizer daquele que, privado de esperança, é obrigado a deixar a própria casa e a pátria para encontrar noutra parte condições de vida dignas para o homem? Que fazer para ajudar quem é enganado pelos falsos profetas de felicidade, quem é frágil nas relações e incapaz de assumir responsabilidades estáveis para o próprio presente e para o futuro, encontra-se percorrendo o túnel da solidão e, com freqüência, termina escravo do álcool e da droga? Que pensar de quem escolhe a morte pensando de exaltar a vida?

Como não pensar que, mesmo do fundo desta humanidade satisfeita e desesperada, levanta-se um clamor aflitivo de ajuda? É Natal: hoje entra no mundo «a luz verdadeira, que todo o homem ilumina» (Jo 1,9). «O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós» (Ib. 1,14), proclama João evangelista. Hoje, precisamente hoje, Cristo vem novamente «entre os Seus» e a quem o recebe dá «o poder de se tornar filho de Deus»; ou seja, oferece a possibilidade de ver a glória divina e de compartilhar a alegria do Amor, que em Belém fez-se carne por nós. Hoje mesmo, "o nosso Salvador nasceu no mundo", porque sabe que precisamos d’Ele. Não obstante as numerosas formas de progresso, o ser humano permaneceu igual ao de sempre: uma liberdade dividida entre bem e mal, entre vida e morte. É precisamente ali, no seu íntimo, naquilo que a Bíblia chama de "coração", donde ele tem sempre necessidade de ser "salvo". E, talvez, na época atual pós-moderna, tem ainda mais necessidade de um Salvador, porque a sociedade em que vive tornou-se ainda mais complexa, e mais enganosas tornaram-se as ameaças para a sua integridade pessoal e moral. Quem pode defendê-lo senão Aquele que o ama, a ponto de sacrificar na cruz o seu Filho unigênito como Salvador do mundo?

"Salvator noster", Cristo é o Salvador, também do homem de hoje. Quem fará ressoar em cada canto da Terra, de modo credível, esta mensagem de esperança? Quem se empenhará a fim de que seja reconhecido, tutelado e promovido o bem integral da pessoa humana, como condição da paz, respeitando cada homem e cada mulher na própria dignidade? Quem ajudará a compreender que com boa vontade, sensatez e moderação é possível evitar que os contenciosos se agravem e, assim, levá-los a soluções justas? Com viva apreensão penso, neste dia de festa, na região do Oriente Médio, ferida por numerosos e graves crises e conflitos, e faço votos que se abra a perspectivas justas e duradouras de paz, no respeito dos direitos inalienáveis dos povos que a compõem. Deposito nas mãos do divino Menino de Belém os sinais do diálogo retomado entre Israelitas e Palestinos, que nos foi possível testemunhar nestes dias, e a esperança de novos reconfortantes progressos. Confio que, depois de tantas vítimas, destruições e incertezas, sobreviva e prospere um Líbano democrático, aberto aos outros, em diálogo com as culturas e as religiões. Faço um apelo a todos os que têm em mãos os destinos do Iraque, a fim de que cesse a inaudita violência que ensanguenta o País e seja assegurada, a cada um dos seus habitantes, uma existência normal. Invoco a Deus para que no Sri Lanka se ouça, entre as partes beligerantes, o anseio das populações por um futuro de fraternidade e de solidariedade; para que no Darfur e em qualquer parte da África acabem de vez os conflitos fratricidas, se cicatrizem logo as feridas abertas na carne daquele Continente e se consolidem os processos de reconciliação, de democracia e de desenvolvimento. Conceda o divino Menino, Príncipe da Paz, que se extingam aqueles focos de tensão que tornam incerto o futuro de outras partes do mundo, tanto na Europa como na América Latina.

"Salvator noster": esta é a nossa esperança; este é o anúncio que a Igreja faz ressoar também neste Natal. Com a Encarnação, lembra o Concílio Vaticano II, o Filho de Deus uniu-se de certa forma a cada homem (cf. Gaudium et spes, 22). O Natal é, pois, também o natal do corpo, como observava o Pontífice São Leão Magno. Em Belém nasceu o povo cristão, corpo místico de Cristo no qual cada membro está unido intimamente ao outro por uma total solidariedade. O nosso Salvador nasceu para todos. Devemos proclamá-lo não somente com palavras, mas também com toda a nossa vida, dando ao mundo o testemunho de comunidades unidas e abertas, nas quais reina a fraternidade e o perdão, a acolhida e o serviço recíproco, a verdade, a justiça e o amor.

Comunidade salvada por Cristo. Esta é a verdadeira natureza da Igreja, que se nutre da sua Palavra e do seu Corpo eucarístico. Só redescobrindo o dom recebido a Igreja pode testemunhar a todos o Cristo Salvador; fá-lo-á com entusiasmo e ardor, no pleno respeito de toda tradição cultural e religiosa; fá-lo-á com alegria sabendo que Aquele que anuncia nada priva daquilo que é autenticamente humano, mas leva-o ao seu completamento. Na verdade, Cristo vem somente para destruir o mal: o pecado. O resto, todo o resto Ele eleva e aperfeiçoa. Cristo não nos salva da nossa humanidade, mas através dela; não nos salva do mundo, mas veio no mundo para que o mundo seja salvo por meio dele (cf. Jo 3,17).

Caros irmãos e irmãs, onde quer que estejam, chegue a vós esta mensagem de alegria e de esperança: Deus se fez homem em Jesus Cristo, nasceu da Virgem Maria e renasce hoje na Igreja. É Ele quem traz para todos o amor do Pai celestial. É Ele o Salvador do mundo! Não temam, abri vosso coração, acolhei-o, para que o seu Reino de amor e de paz se torne herança comum de todos. Feliz Natal!

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Até sempre...

Leo

18 dezembro 2006

Manifesto


Confesso que estou desapontado com as grandes igrejas cristãs evangélicas do Brasil. Eu não li ou ouvi uma linha ou uma frase por parte delas, desaprovando o aumento descabido dos salários de parlamentares que o Congresso Nacional impôs a nós todos.
O sítio da ong Contas Abertas (www.contasabertas.org.br) traz comparações que causam espanto: os parlamentares de nosso país já figuram entre os mais bem pagos do mundo (recebem mais do que os parlamentares da Inglaterra e dos EUA, por exemplo). Isso é um absurdo com o qual não se deve ficar mudo! Você que votou este ano cobre do seu candidato eleito, procure o e-mail dele e se manifeste, isso é um ato cristão. Se não nos indignarmos com tal procedimento, diminuiremos nosso papel de cidadão.
Tenho inveja santa da Confederação Nacional do Bispos do Brasil (www.cnbb.org.br) que já divulgou nota reprovando a decisão tomada no congresso Nacional e aconselhando aos párocos locais a mobilizar suas congregações.
Não é sadio a nós, cristãos evangélicos, escaparmos do envolvimento social tão necessário para a divulgação do Evangelho. As boas novas também possuem sua vertente política.
Irai-vos e não pequeis!

Até sempre...
Leo

14 dezembro 2006

Pimenta nos olhos de Angélica Teodoro (e dos outros) é refresco!


Ontem saiu a sentença de Pimenta Neves, jornalista laureado que matou à queima roupa Sandra Gomide, sua ex-namorada e também jornalista. Revi uma reportagem sobre o assunto, eis o resumo: Pimenta era possessivo e não aceitou o rompimento por parte de Sandra, passando a persegui-la e ameaçá-la; seguia os passos de Sandra e até pagava gente para vigiá-la quando ele mesmo não o pudesse fazer; essa rotina manteve-se até o fatídico agosto de 2000, quando Pimenta, serenamente, matou com dois tiros a jovem Sandra.
Seis anos depois do crime, a justiça setenciou: 18 anos de cadeia. Mas, Pimenta ainda não foi localizado, já que aguardava o julgamento em liberdade. A defesa de Pimenta já ingressou com um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça.

Do outro lado da mesma moeda, a justiça senteciou a jovem Angelica Teodoro, 19 anos, a cumprir 4 anos de cadeia por ter roubado um pote de manteiga em um supermercado de São Paulo. Antes da sentença, Angélica passou 128 dias presa.

Ambos erraram, tanto Pimenta e Angélica, embora com consequências bem distintas. Mas isso é um exemplo da justiça dos homens, neste nosso país gigante.

Que não percamos nossa capacidade de se indignar, de se manifestar, de algo fazer, sobretudo orar. Os dias estão difíceis e é mais cômodo pular fora ou se alienar do que enfrentar a realidade, dar a cara à tapa e clamar por veraz justiça. Não engrossemos tais fileiras do comodismo.

Até sempre...

Leo

12 dezembro 2006

O meu mundo não é este.



O meu Mundo não é este
Eu sinto que ele não é
Se este fosse o meu Mundo
Eu não precisaria de fé

O meu Mundo não é este
Eu preciso ver mais longe
Eu preciso enxergar
Tudo o que Céu esconde

Eu olho para este Mundo
Vejo a noite e vejo o dia
Se o meu Mundo fosse este
A noite não existiria

Eu sonho com o infinito
Pensando na eternidade
Tudo aqui é tão efêmero
Isto aqui não é verdade

O meu Mundo está distante
No coração e na mente
Daquele que não conhece
O Poder do Onipotente

O meu Mundo não é este
O meu Mundo é mui real
Ele não é fantasia
É constante e Eternal

O meu Mundo não é este
Nele não há falsidade
Não existe ingratidão
Muito menos há maldade

No meu Mundo não se sofre
No meu Mundo não se chora
No meu Mundo não se briga
No meu Mundo só se adora

O meu Mundo não é este
O meu Mundo não tem guerras
O Meu Mundo não tem fome
O meu Mundo não tem feras

Meu Mundo não tem inveja
Não tem brigas nem ciúme
Não tem malícia no olhar
Não tem rixa nem queixume

O meu Mundo não é este
Nele não há traição
Nele Judas não habita
Nem Bandido nem Ladrão

O meu Mundo não é este
Lá não tem corrupção
Lá não tem maledicência
Tudo ali é união

O meu Mundo não é este
Todos andam por igual
Vestimenta no meu mundo
Não tem força sensual

Todos vivem em harmonia
O agir é sempre igual
Ninguém soma nem divide
Tudo ali é natural

Eu não sei porque eu choro!
Eu não sei porque eu grito!
Eu não sei porque eu me irrito
Se o que eu quero não é isto

No meu Mundo não se grita
Nem de ânsia nem de dores
No meu Mundo só se houve
Sublime som de louvores

Quando eu penso no meu Mundo
Onde eu sei que vou morar
Eu fico preocupado
Pois eu quero te levar

Eu quero levar você
Você e todos os meus
Cantando vitoriosos
Para o Lar do nosso Deus

Nosso Mundo não é este
Nosso Mundo é só de Luz
Nosso Mundo não tem trevas
Nosso Mundo... É JESUS!!!

Autor: Onir Francisco Damas


E você, de onde você é?


Eudes

04 dezembro 2006

Tema para o Natal


"Que neste Natal o Menino Jesus nasça em seu coração", frase comum nessa época. Em meio às festas e luz, lá está o Menino branco e mudo dos presépios. Cantado por vozes infantis, face ao seu silêncio gravado no desenho de um sorriso. Coadjuvante da festa que leva seu nome, o Menino dos presépios dorme em paz sem nunca acordar...

"Papai Noel chegou com presentes de Natal", cantiga bem conhecida nessa época. Dono das festas, ao apagar das luzes, o Velhinho branco e vermelho de bondades ganha formas e feições de tantos pais. Saudado por vozes infantis, mostra seu farto sorriso desenhado com a própria barba. Garoto propaganda de tanta mídia, o bom Velinho entrega presentes sem nada gastar...

Nem o Menino dos presépios nem Noel, são outros personagens agora - se descobrindo amigos dentro de presentes. Taças e brindes em mútuas celebrações, bradadas por vozes mais crescidas. Nos televisores das casas - e fora delas -, artistas invocam o espírito natalino e tantas doações... (São para as pessoas que têm necessidades durante todo o ano.)

E a vida sairá de Noel, terá lugar o que cada um é. Os presépios deixarão os espaços e as luzes, voltando aos seus castelos de papelão. Com eles estará o Menino, qual um exilado de uma infância sem fim...

Até sempre!

Leo.

01 dezembro 2006

Correio Missionário



Márcio e Franci Pimentel são missionários que mantêm contato com a nossa Pibif. Recentemente, o filho caçula deste casal, Joel Natã, passou por uma cirurgia. Segue as duas últimas correspondências de Márcio sobre este tema:

16/11: "Na última carta que enviamos recentemente, falamos sobre a cirurgia do Joel Natã... Conversando com o médico a cirurgia foi marca para amanhã ás 6:30 da manhã. Então, pedimos que continuem lembrando em suas orações. Muito obrigado!"
Márcio

30/11: "Finalmente estou de volta para dar notícias sobre a cirurgia do Joel Natã. Graças a Deus a cirurgia foi bem sucedida. Ele foi internado na sexta-feira(17/11) e ficou no hospital até terça. Depois que recebeu alta ainda usou sonda em casa por dois dias. Realmente esperávamos que ele reagiria com mais dificuldade, mas não. Ele se comportou muito bem e está se recuperando bem também. Parece que nem fez cirurgia!! Está "na ativa" novamente! Muito obrigado pelas orações. No dia 11/12 voltaremos para uma revisão com o médico."

Graças ao bom Deus.
Este casal carece de nosso apoio. Eles estão na outra ponta da corda que nós, do lado de cá, precisamos segurar para, todos juntos, resgatarmos vidas para o Reino de Deus.

Feliz cada novo dia...

Leo