21 julho 2007

O Pan, A Tam, MAG e ACM... e o que mais?

Finda-se a semana que começou nos braços do Cristo lá do Pan do Rio.

Embalados pela escolha do monumento do Redentor como uma das Sete Maravilhas do Mundo (graças, é claro, à internet), os cariocas de pertinho assisitiam a cada competição, e os demais de outros estados, viam tudo na telinha... Até que a Tam soou como um nome de Gol...

O desastre de terça-feira abalou a todos nós e subverteu a grade programacional da nossa mídia. Divida entre as notícias do Pan e o saldo das vítimas, a imprensa televisiva patinou no ato de informar.
Citando a maior emissora deste país, que chegou ao cúmulo da confusão ao repartir a tela em duas informações - o Pan e o acidente com o avião da Tam. Deslocando metade do casal global para o olho do furacão, a emissora do Jardim Botânico atropelou mais do que de costume a sequência lógica do que se entende por noticiar fatos.
A idéia geral parecia responsabilizar o governo federal, embora a liberação da pista de Congonhas tenha se dado no contexto de uma lide jurídica. Até mesmo se destacou que uma das vítimas era um parlamentar do PSDB...
Quando as investigações começaram a desnudar que o fatal acontecido tenha caracterísitcas muito particulares, eis que MAG (Marco Aurélio Garcia, ex-presidente tapa-buraco do PT e agora acessor especial do presidente Lula) dá pano para as mangas dessa mídia do nosso país varonil. Flagrado assistindo a uma reportagem de uma emissora carioca (reportagem que tratava de um defeito técnico no avião da Tam), MAG faz um gesto obsceno (mas muito comum) e um aspone do seu lado faz outro (mais comum ainda). A cena foi ar pela mesma emissora e lá foram as ilações que apontam para o governo federal... Uma nota: estamos em um mundo caído, os gestos filmados estariam lá mesmo sem as câmeras. A diferença é que a mídia se renderia ao teor da reportagem sobre o defeito técnico e teria subsídios para ser imparcial (algo que já poderia ser, nas circunstâncias atuais). Não vou entrar no mérito do ato de MAG em si, mas estou indignado que a mídia renuncie seu papel de nortear sensatamente o que vai na cabeça de nossa gente.

E, ontem, partiu ACM. Os globais da telinha se derreteram em profusão e os repórteres da "boa terra" interpretaram as dores do toda a Bahia (?). A mesma gente que resolveu, por maioria expressiva dos votos, quebrar a espinha dorsal do Carlismo, agora estaria em prantos profícuos pela morte do "Toninho Malvadeza". Mas a emissora lá do Jardim laureou o quanto pôde o finado político.
Aproximando a lente, sobressaem-se alguns pontos interessantes:
- ACM foi ministro das comunicações, no governo de Sarney; de lá prá cá ampliou significativamente seu patrimônio e se tornou um magnata das telecomunicações na Bahia
- ACM é dono do maior jornal do estado da Bahia e da emissora que transmite o sinal daquela rede carioca.... Ah!

A semana termina e um nó entala na garganta com tanto desserviço prestado pela mídia tupiniquim. Não houve respeito às vítimas nem aos seus familiares, pois o que se quer é jogar as responsabilidades em um alvo fixo ou citar que um atleta ganhou esta ou aquela competição.

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